segunda-feira, 15 de abril de 2013

A grande Virada


Comentário do filme: A grande Virada

O filme supracitado nos faz refletir sobre as implicações do enxugamento corporativo na vida dos trabalhadores, as ações e adaptações pelas quais precisam passar nesse mundo moderno.

A empresa responsável por milhares de demissões é a GTX. Embora tenham sido milhares de vidas modificadas pela demissão em massa, o enredo relata, mais especificamente, a vida de três homens: Bobby Walker (Ben Affleck), Phil Woodward (Chris Coioper) e Gene McClary (Tommy Lee Jones). O primeiro, vaidoso, perde seus bens materiais gradativamente, no entanto, tem apoio familiar e, embora a vaidade e o orgulho o atrapalhem inicialmente, emprega-se como ajudante em uma obra liderada pelo cunhado, com quem não tinha boa relação. O segundo é despedido por conta da idade, por este mesmo motivo encontra dificuldade em empregar-se novamente e, como não bastasse, sua esposa obriga a fingir manter o padrão que haviam sustentado durante a vida – mais um sintoma moderno. Por fim, não suportando mais a pressão, Phil comete suicídio.

Quanto a Tommy, é o que consegue manter-se mais equilibrado econômica e emocionalmente. Sua segurança o faz retomar decisões e abrir seu próprio negócio, ao lado de Bobby. Graças a sua experiência e organização há um recomeço para si e para Bobby que, embora com salário menor, tem a chance de recomeçar em sua área de formação. Há então, a Grande Virada.

Discente: Edla Gama

A grande virada

A grande virada (The company Men, 2011, EUA. Direção: John Wells) expõe como a crise econômica enfrentada pelos Estados Unidos e iniciada em 2008 repercute no mercado de trabalho e consequentemente nas vidas dos trabalhadores. São abordados, portanto, temas como a sensação de perda, desânimo e fracasso sentidos pelos personagens Bob (Ben Affleck); Phil Woodward (Chris Cooper) que comete suicídio e de Gene McClary (Tommy Lee Jones) que tenta “nadar contra a corrente” mantendo os empregados que teriam mais dificuldade em se relocar no mercado (ou seja, os mais velhos).

O ‘protagonista’ de certa forma é Bob que, na sua tentativa de manter o status de típico cidadão da alta classe média americana representa de maneira geral o estereótipo clássico do cidadão estadunidense, diante de um dos maiores problemas que o modelo capitalista vigente enfrentou até agora. É Bob que nos conduz na reestruturação de um modelo de vida: ele perde o emprego, passa pelos terríveis (pelo menos no filme) cursos de ‘auto-ajuda’ e bem mais tarde percebe (só um pouquinho) que precisa reaprender aquilo que julgava saber de cor: promover seu produto, ou, sua mão de obra. Parece-me uma metáfora ao que os EUA estão enfrentando: o país deve julgar fundamental manter a cabeça erguida para continuar ‘promovendo’ seu posto de potência mundial e econômica.

Não gostei muito do final do filme, soou pra mim como a repetição de um erro; vamos pensar um pouco: já que o sistema atual está na corda bamba não seria melhor partimos de uma mudança para tentar melhorá-lo? A ideia que tive no longa estaria mais para: ‘Não vamos recomeçar tudo de novo!’.

Achei também que os dramas vividos pelas mulheres foram pouco explorados. Desde a personagem que precisa demitir os empregados até a que vai a ‘falência’ com o marido, há muito pouco dito ou demonstrado sobre esses personagens.
Pelo nome acho eu meio que esperei uma virada, uma mudança real nas perspectivas dos personagens e particularmente não vi isso, embora obviamente entenda que seja um momento muito complicado pra economia/vida dos estadunidenses talvez fosse essa a hora de repensar o modelo de vida que a sociedade capitalista como um todo oferece. Não estou nem falando em socialismo, ou comunismo, mas em um modelo minimamente menos desumano e mais sustentável na economia vigente.

Como todo filme que envolve trabalho eu sempre reflito como somos diretamente definidos pelo nosso trabalho. Como isso está nas raízes do que constitui nossa subjetividade, do nosso trabalho aos trabalhos dos nossos pais passando pela classe social em que nos encontramos.

Por fim a pergunta que ficou em mim foi se nem a crise, e o crescimento econômico da China não deu uma noção aos Estados Unidos de que não existe Super-Homem e que eles precisam seriamente repensar o ‘American way of life’. 

Discente: Taís Lima
                                          

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