segunda-feira, 8 de julho de 2013

Filme Fora do Controle

 Reflexões acerca do filme Fora de Controle


O filme em comento foi dirigido por Roger Michell e conta com dois personagens principais Gavin Benek (Ben Affleck) e Doyle Gibson (Samuel L. Jackson) cujo encontro se dá – em uma manhã de sexta-feira santa, em Mahattan, Nova York – por meio de uma colisão, envolvendo os carros dos dois.

O acidente é o ponto inicial para a trama que envolve um advogado (Gavin) a defender uma causa milionária e um pai de família (Doyle), alcóolatra em tratamento, a lutar para reconquistar sua esposa e seus filhos.

Inicialmente, Doyle é prejudicado por Gavin cujo problema não deseja resolver imediatamente após o acidente, pois encontra-se atrasado para uma audiência e, na tentativa de livrar-se de Doyle, Gavin acaba por lhe dar um cheque e, junto a este, uma pasta com documentos importantes da empresa para qual trabalha. Coincidentemente, Doyle também tem uma audiência na qual chega atrasado, o que lhe prejudica diante da juíza e da sua esposa.

Quando Gavin nota não ter a pasta em mãos, desespera-se. É, praticamente, aqui que o filme começa: dois homens desesperados, por diferentes motivos. Esse desespero é o desencadeador dos fatos que sucedem no decorrer do filme.

Diversas questões são elencadas, a exemplo da ética, do comportamento humano, dos valores morais, dignidade, honestidade, responsabilidade, dentre outros. Todos esses aspectos estreitam a relação entre vidas pessoal e profissional, inclusive porque, para cumprir seu papel profissional, Gavin deixa de cumprir da maneira mais correta, seu papel pessoal de cidadão ao não acertar-se com Doyle, no momento exato.

Saliente-se a importância da comunicação tanto nos âmbitos pessoal como no profissional. Talvez se ambos tivessem, desde o início, estabelecido uma comunicação clara, não haveria tantos conflitos, os quais colocaram à prova, a saúde mental de ambos cujas ações eram efetuadas de maneira impulsiva, levando-os à perda do controle da situação.
O filme pode ilustrar várias outras discussões como as que envolvem a família como fonte – ancestral – de apoio psíquico, o alcoolismo como fator desestrturante das relações,   capitalismo, os mecanismos de funcionamento das organizações, a relação de poder entre chefe e empregado, dentre outros.

MICHELL, Roger. Fora de Controle. Título Original: Changing Lanes. EUA, 2002. Disponível em <http://www.filmesdanet.net/2012/04/fora-de-controle-dublado-filmes-gratis.html.> 99 min. Colorido. Sonoro. Dublado. Acesso em 01/07/2013.



Discente: Edla Gama



                                            Resumo do filme ‘fora de controle’



Fora de Controle (Changing Lanes, 2002, EUA, Direção: Roger Michell). Consequência. Essa seria a palavra que melhor definiria o filme em questão. A consequência da pressa, a consequência de subjugar as pessoas, a consequência de descontar as frustrações nas pessoas ao redor, enfim a consequência de nossos atos. No filme Gavin Banek (Bem Affleck) está a caminho de um julgamento que mudaria o rumo de uma milionária instituição de caridade, enfrentando o trânsito, atrasado, quando se envolve em um acidente com Doyle Gispson (interpretado por Samuel L. Jackson), e que por coincidência está a caminho do mesmo tribunal, na tentativa de recuperar sua família, mas que acaba ficando no meio do caminho, uma vez que Gavin não apenas tenta ‘suborná-lo’ como o deixa sozinho no meio de uma ponte.
Dadas as devidas apresentações é bom destacar que o filme tem o aspecto positivo de ser basicamente bem realista pra um filme de Hollywood, tenho uma sincera dificuldade em me concentrar em filmes onde em menos de 24 horas o protagonista desarma uma bomba atômica, salva a humanidade, e ainda vai jantar com a família, embora também fiquei um pouco atônita com a solução final do filme. Foi tudo meio simples de mais, a família perdoou o alcoólatra inveterado, o tubarão da Wall Street (o sogro do Gavin) se dobrou a um advogado iniciante, em prol de um final feliz?
Se o fim foi meio frustrante o desenrolar da história é mais que eficaz em ilustrar alguns aspectos da disciplina. O conflito ético entre Gavin e a empresa que ele trabalha é pra mim o ponto alto do filme uma vez que toda essa discussão sobre transferência, ressonância simbólica e história singular e o teatro do trabalho está simbolizado na quase que edípica relação entre Gavin-Cynthia-e seu pai (que não por acaso é sogro e chefe de Gavin). Visto como símbolo e status de bem estar por Gavin, ele também simboliza aquilo que Gavin pode vir a se tornar ou não. A depender das consequências de suas escolhas.  
Os padrões morais de Gavin começam a ganhar destaque a medida que contrariamente ele vai interferindo na vida de um desavisado que supostamente fez algo que não devia (não seria essa a função do advogado?) e a dimensão diacrônica dele se choca com o padrão ético (?) proposto pela firma. Afinal de contas, o trabalho prescrito é uma coisa, o executado é outra, e é nessa dimensão (por vezes esquecida) que nasce o sofrimento de Gavin, e a maioria do sofrimento de milhões de trabalhadores mundo afora.   
Assim o filme ilustra também como os aspectos pessoais estão intrinsecamente ligados aos profissionais e a impossibilidade de separa-los como se propõe por inúmeras vezes concepções ultrapassadas do sujeito no trabalho.
A trama do filme (tirando o final, na minha opinião) é assim bem desenhada mostrando como o ser humano muda quando se sente ‘acuado’, como desenvolvemos fortes mecanismos de defesa em prol da preservação não só da espécie, mas também do status, dos cargos, das figuras públicas que representamos. Todos os personagens assim possuem papel importante no desenrolar das consequências daquele acidente inicial. E quanto mais Gavin tenta consertar seus erros, mas ele se percebe se tornando cada vez mais a emblemática figura de chefe/líder/sogro/pai que representa o dono da empresa de advocacia que ele trabalha, e se percebe desejando ser justamente o contrário.
Ao voltar ao ponto inicial do filme – quando um Gavin machucado e frustrado se recosta no carro quebrado e velho de Doyle, o filme deixa a mensagem que o que fazemos têm consequências reais, para nós mesmos, para os outros, e (no âmbito de trabalho) para a empresa; porque é impossível ignorar as histórias pessoais, e o passado, mais cedo ou mais tarde essa extensão foge do nosso controle.    

Fora de Controle. Ficha técnica. Disponível em: http://www.interfilmes.com/filme_v1_13402_Fora.de.Controle.html#Elenco.      

Discente: Taís Lima                

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