sábado, 13 de julho de 2013

Entre sofrimento e reapropriação: o sentido do trabalho

Entre sofrimento e reapropriação: o sentido do trabalho

 Sumariamente, Dejours indica a estreita relação entre a evolução do trabalho e o desenvolvimento da tecnologia, por conta das diversas possibilidades de mudança que o trabalho propicia. O autor salienta que os aperfeiçoamentos tecnológicos apresentam benefícios e malefícios ao trabalhador, porquanto podem auxiliar na preservação da sua saúde, bem como trazer dificuldades no trato com as mudanças o que ocasiona mais sofrimento ou substitui o sofrimento superado pelo benefício, afirmando que não há organização sem sofrimento, embora tente se adaptar à dinâmica tecnológica.

Saliente-se que o “novo” estimula a conduta dos trabalhadores, facilitando a comunicação entre os mesmos, oque os motiva. Por outro lado, esse mesmo “novo” pode ser tratado com indiferença ou com a denúncia, o que incorre na resistência às mudanças. Isto exige um saber olhar e lidar da organização para com os seus colaboradores. Tornando importante apresentar, com clareza, as novas propostas.

Como não dá para separar vida pessoal da vida organizacional – até mesmo pelo fato de as duas esferas comporem a socialização do sujeito –, verifica-se que há necessidade de formação de cidadãos que colaborem com a empresa, que ousem falar, que escutem. A organização deve fazer sua parte ao não se eximir de suas responsabilidades para com os seus trabalhadores que buscam no trabalho o sentimento de si, a dignidade.

DEJOURS, C. Entre sofrimento e reapropriação: o sentido do trabalho. In: LANCMAN, S. SZNELMAN, L. (org.). Da psicopatologia à psicodinâmica do trabalho. Rio de Janeiro: Ed. Fiocruz, 2004.


Discente: Edla Gama



Entre sofrimento e reapropriação: o sentido do trabalho  

Dejours prossegue no texto 'Entre sofrimento e reapropriação: o sentido do trabalho' trazendo aspectos envoltos nas construções trabalhistas do padecer se aprofundando progressivamente em fundamentos psicanalistas o autor dimensiona o trabalho em três esferas: o sujeito, o real, e o outro.
Sob essas três perspectivas, Dejours apresenta ações e iniciativas que podem auxiliar e tornar o ambiente trabalhista menos patogênico; espaços de discussões (formais e informais), a verdadeira ação de escutar, por exemplo, podem dar aberturas para aspectos e demandas abafadas pela opressora realidade cotidiana do proletariado. Dessas formas veem a tona aspectos pessoais e inconscientes da realidade trabalhadora que, muitas vezes, podem estar agindo como empecilho para a operalização de um ambiente organizacional intrinsecamente produtivos.
Em seguida Dejours evidencia dois aspectos que se fazem presentes nas organizações: a indiferença e a denúncia - se a primeira surge como uma resposta última a experiencias anteriores (esta, aiás, me relembrou a critica generalizada que Dejours aponta ao inidividualismo - que é visto como causa de problemas e não consequencia); a denúncia surge como uma espécie de oposição a indiferença e quando exarcebadas ambas podem estar implicadas na mal gestão de comunicação. Assim Dejours pincela algumas considerações sobre a esfera do trabalho (a esfera real), a esfera social (o sujeito/construção social) e também a esfera amorosa (a esfera do outro).
O ser humano é como conhecido incompleto, mas disparidades em uma dessas esferas intensifica essa não completude podendo levar para aspectos patológicos e somáticos. É então um mito (derrubado?) acreditar que o funcionário pode ao "vestir a farda da empresa" incorporar uma personalidade paralela, o trabalho assim inevitavelmente interfere nas esferas pessoais, sociais e domésticas assunto abordado no próximo resumo.

DEJOURS, C. Entre sofrimento e repropriação: o sentido do trabalho. In: LANCMAN,S. Da psicopatologia á psicodinamica do trabalho. 2004.

Discente: Taís Lima
 



2 comentários:

  1. Como não dá para separar vida pessoal da vida organizacional – até mesmo pelo fato de as duas esferas comporem a socialização do sujeito –, verifica-se que há necessidade de formação de cidadãos que colaborem com a empresa, que ousem falar, que escutem. ASSIM, O SUJEITO SE TORNA MAIS CRIATIVO, CRESCE, AMADURECE...TEM LUGAR MELHOR PARA EXERCITAR ISTO DO QUE A ORGANIZAÇÃO EM ESTUDAMOS?

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  2. Pois é! rs
    Obrigada pelo comentário.

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