O Mundo do trabalho (Borges e Yamamoto) & Os Sentidos do Trabalho (Morim)
O texto supracitado descreve o desenvolvimento histórico do conceito de Trabalho, que surge com a ideologia de construir a sociedade de bem estar identificando e explanando a origem das mudanças no mundo do trabalho.
Trabalho é visto sob duas ópticas: a primeira o tem como ação de sacrifício, fardo, castigo, já que tem origem do latim, da palavra Tripalium, que seria Punição. A segunda, o vê como empenho, esforço, pois, para exercê-lo, faz-se uso de capacidades.
Fazendo um breve percurso histórico, o trabalho, de acordo com a Filosofia Clássica (Platão), é algo degradante, inferior. Por isto era restrito aos escravos. Já no Império Romano, Oriente e Grécia, ele é visto como sagrado.
No texto, os autores apresentam as consequências das Revoluções Industriais, bem como da emergência do capitalismo que deram origem ao emprego (transformação do trabalho em mercadoria), já que as empresas (capitalismo) detêm os meios de produção e, consequentemente, o produto é seu; enquanto o trabalhador tem a força de trabalho, a qual “vende” (mais-valia) ao capitalismo, por meio do “contrato de trabalho”. Então há o que já nos é sabido: divisão do trabalho, introdução da máquina etc.
Atualmente, há uma forte perspectiva de dignificação quanto ao trabalho – influência da Reforma Protestante que deu ênfase moral ao trabalho – porque permite uma relação do homem com a natureza, já que sua transformação (da natureza) se dá por meio do trabalho humano, aspecto que o diferencia dos demais animais.
Essa última ideologia defende que o trabalho seja feito de maneira disciplinar, planejada e padronizada, exigindo cooperação dos trabalhadores. Saliente-se que, a partir da segunda Revolução Industrial, há, de certa maneira, a intervenção dos princípios científicos da administração, por meio de Taylor, Fayol, Henry Ford, Keynes, trazendo, de maneira geral, as ideais formalistas, mecanicistas, naturalísticas e hedonistas para o funcionalismo do emprego e baseando a sociedade de bem-estar.
Atualmente, o trabalho é visto como categoria social demandando dinâmica das organizações e dos trabalhadores, agregando os sentidos do trabalho – que seriam a representação social do trabalho nas diversas sociedades – cuja influência sobre a motivação, satisfação e, consequentemente, a produtividade dos “colaboradores” deve ser considerada. Para tanto, há de convir que as organizações necessitam de constante reestruturação visando as relações de trabalho e o saber lidar com as crises nesta área.
BORGES,L.O; YAMAMOTO,O.H. O Mundo do Trabalho.Disponível em: http://xa.yimg.com/kq/groups/24137146/956932885/name/Texto+1++Mundo+do+trab.+(Borges+e+Yamamoto).pdf Acesso em: 05/05/2013.
MORIM, E.M. Os Sentidos do Trabalho. Disponívem em:
<http://www.scielo.br /pdf/rae/v41n3/v41n3a02.pdf> Acesso em: 05/05/2013.
Discente: Edla Gama
Os
sentidos do trabalho e O Mundo do trabalho
Os textos trabalhados nessa
semana tratam do trabalho sob duas perspectivas diferentes que se complementam:
em ‘Os sentidos do trabalho’ Morin (2002), aborda através de uma pesquisa
realizada com estudantes e profissionais da administração, temas relacionados
ao universo trabalhista: Identificação. Satisfação, motivação e desempenho
entre outros. Em o mundo do trabalho os autores do artigo abordam o trabalho
sob uma perspectiva histórica e mais conceitual, diferenciando termos como
trabalho, labor e emprego (confesso que nunca tinha identificado essas pequenas
diferenças) além de trazerem através dessa linha temporal as mudanças nas
perspectivas do trabalhador.
Se no primeiro texto ocorre
a presença de conceitos como o trabalho através de perguntas como “O que é o
trabalho?” no segundo a definição de trabalho será mais pontual porém não menos
completa, traça-se o perfil de exploração do modelo capitalista.
Os dois se tocam e se
complementam no sentido de serem ambos escritos como um olhar a mais acerca as
diferentes significações sociais do ‘trabalho’ não apenas enquanto atividade,
mas como função fundamental do que é ser humano.
Quando Borges e Yamamoto
(2004) abordam o conceito de bem estar social, por exemplo, a construção desse
modelo que propunha a organização pautada no Taylorismo – Fordismo; a
acumulação de capital e o modo de regulação de conflitos extremamente
organizacionais; ele está traçando um histórico que delineia a base do mercado
de trabalho atual, onde produzir é igual a comprar.
Embora ‘Os sentidos do
trabalho’ apresente uma leitura fácil; são interessantes as interpretações que
sentidos do trabalho nos evoca uma vez que ele nos apresenta diferentes visões
de grupos com diferentes óticas sobre o que estar no mercado de trabalho.
Permite - nos assim pensar também sobre o que nós vemos de mercado de trabalho.
Ao ler ‘Mundo do trabalho’
repensei um conceito que cheguei a apresentar aqui de que o Brasil teria uma
visão mais exploratória devido a seu histórico escravagista (o Brasil foi um
dos últimos países a abolir a escravidão); na verdade o texto apresenta de
forma bem articulada que desde sempre e em todas as partes do mundo o trabalho
sempre implicou de alguma maneira o exercício e a exploração. Entretanto,
reitero dizendo que ainda somos intimamente ligados a essa questão
exploratória; vejamos os índices de desigualdade social no nosso país, é
absurdo.
Mas voltando aos textos, em
síntese destacaria a importância como pretensa futura integrante de uma classe
trabalhista (que, aliás, me parece um pouco desengajada nas questões
trabalhistas da Psicologia), de ler e discutir esses temas que nos levam a
refletir além do que está sendo dito ali. Muitas coisas podem parecer ‘obvias’
mas quando nos deparamos com elas teorizadas e abordadas com novas roupagens
descobrimos um mundo de informações úteis não apenas na pratica profissional,
mas a nossa constituição enquanto cidadãos.
ZANELLI, J. C.,
BORGES-ANDRADE, J. E. & Bastos, A. V. B. (2004). Psicologia, organizações e
trabalho no Brasil. Porto Alegre: Artmed.
MORIN, E. (2002). Os
sentidos do trabalho. In T. Wood (Ed.), Gestão empresarial: O fator humano
(pág. 08-19). São Paulo, SP: Atlas.
Discente: Taís Lima.
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